A primeira vez que ouvi falar sobre o trabalho de Jean-Michel Basquiat foi um momento interessante. Foi lá em 2013, quando eu li que o Jay-Z havia comprado uma obra do artista intitulada “Mecca” por 4.5 milhões de dólares. Eu olhei para a pintura – com meu olhar socialmente treinado pelo curso de História da Arte que tive na faculdade a ver somente arte e beleza em obras clássicas pintadas por mãos brancas – e não entendi o porque daquela peça valer tanto. Hoje eu entendo o valor artístico em torno do Basquiat, suas obras, sua linguagem, seu valor cultural e sua significância para a negritude, principalmente. Para nós negros.
Quase oito anos depois, me pego sendo um grande admirador da arte do Basquiat, tenho cartões postais de suas exposições que fui em São Paulo e Nova York que transformei em quadros e pendurei em minha sala. E quando vejo coleções como esta da aclamada marca de botas Dr. Martens inspirada no trabalho do artista, fico empolgado em ver como os “rabiscos” que o cara fez há uns 40 anos denunciando a violência policial, negligência com os negros, doenças mentais vem sendo estampados em peças de moda. Ok, enough about me.
A coleção vem inspirada nas obras Untitled (1982) e Pez Dispenser (1984), que vêm estampando a icônica bota 1460 e o sapato 1461. Os modelos vêm no couro preto com os as obras em seu corpo, e com direito a icônica coroa marca registrada do artista na parte traseira e solado dos calçados. A linha traz também uma bolsa de couro com a obra Untitled (1982).
As peças serão lançadas no próximo dia 3 de julho no site da Dr. Martens, que por acaso entrega no Brasil, [shade]só é caro porque a classe média branca convenceu a população mais pobre a votar no Bolsonaro que prometeu baixar o dólar pra eles e e agora a moeda americana está mais alta do que nunca[/shade].