Depois de ler persos textos em sites e blogs de moda sobre regras que o homem deveria seguir para não fazer feio, me senti na necessidade de comentar sobre essas tais regras que tanto gostam de impor no mundo da moda, e principalmente no universo masculino. Desde que o mundo é mundo existem regras, mesmo na criação do homem tinha lá a tal regra de não comer do fruto proibido, e Eva foi lá espertamente – pois já deveria estar de saco cheio daquele mundo a dois – e comeu do fruto, e cá estamos nós hoje, graças a danada da Eva.
Desde que comecei a acompanhar o mundo da moda, vejo muitos comentários a respeito das regras, sobre o que pode e não pode usar, onde se deve usar e como usar. Não sou nem um pouco a favor dessas regras que impedem o homem de pensar consigo mesmo e se limitar. Impor limites é o que vinha acontecendo nos últimos 50, 40 anos, onde os homens deixaram de encomendar e comprar suas roupas por conta própria, levando esse papel para suas esposas e namoradas, por julgar que essas teriam um melhor conceito de moda – mal sabendo eles que elas querem mesmo é deixá-los mais feios para não receberem olhares admirados de outras. Esse afastamento do homem do mundo da moda ainda é presente, na medida em que as marcas e lojas – principalmente no Brasil – não os insere como consumidor. Não entendeu? Eu explico. Já parou para pensar nos editoriais de moda de uma marca unissex, e no quão diferente é a parte masculina para a feminina? Pois é. Dessa forma, o homem não se sente inserido, e logo ele não se identifica com a moda em si, achando que é uma coisa para mulher. Mas vamos voltar ao foco, que são as regras.
Dia desses, li num grande site de moda, uma matéria falando sobre algumas coisas que os homens deveria abandonar para não “fazer feio”, logo pelo título já imaginei o que viria, e não deu em outra. Listei três deles para tecer alguns comentários: regata, roupa social colorida e bolsa para homens.
Regata
Bem eu poderia simplesmente lançar um desafio e desmistificaria todo o fato: mande um paulista vir passar o verão inteiro no Rio de Janeiro para ver se ele não adotaria a regata como peça must have da temporada. A regata não é uma peça formal, e realmente não fica bem em toda ocasião, porém, ela pode sim ser adotada fora da academia – como sugeriu – existem modelos de regatas muito estilosos que você pode usar na noitada/balada, festinha informal com amigos, barzinho a noite.
Roupa social colorida
Esse tipo de roupa voltou ao cenário da moda masculina juntamente com o color blocking e o “novo preppy style”, adotado por muitos nos EUA e principalmente em países europeus, como França, Inglaterra e Itália. Se você trabalho em um ambiente forma, vai ser difícil chegar em seu escritório com um terno laranja e ser bem recebido, mas se seu ambiente e trabalho te dá a liberdade de brincar com as cores e sair do preto básico, qual é o mal nisso? Eu, Fabiano Gomes, sou bibliotecário, profissional que remete – erroneamente, claro – a um visual enfadonho, tenho liberdade no ambiente de trabalho de me vestir livremente – com bom senso, claro – canso de usar dois blazers coloridos que tenho, um azul bebê e outro goiaba. Das vezes que os uso no ambiente de trabalho, fui muito elogiado por homens e mulheres. Onde há mal nisso?
Bolsa para homens
Louis Vuitton deve estar se remexendo no túmulo agora. Se você revirar a história da moda, certamente vai encontrar registros de que o homem usava bolsa há muito tempo, antes mesmo da mulher ter a bolsa como um “membro de seu corpo” e o boom das it bags. Com a correria do dia a dia, e acúmulo de gadgts que temos, ter uma bolsa de mão, ou uma carteiro é de grande ajuda para carregar esses acessórios. A mochila é uma ótima opção, mas pode não dar a elegância e praticidade que uma holdall pode te proporcionar. A quantidade de marcas que investem em bolsa para homens é gigantesca, seria absurdo pedir para o homem ignorar essa realidade e se prender a mochila ou a velha pasta.
Saber adequar a moda ao seu estilo e ter consciência do que cai bem em você é fundamental, faz toda a diferença na hora de se vestir. Mas limitar-se a regras machistas femininas que te castram e o coloca num determinado nicho, fazendo você seguir cegamente um padrão, é ignorância. Siga seu estilo, seja original, não se limite a regras.
Esqueça as regras. Brinque com a moda. Regra não é Chic, é brega.